Cerco à droga

A recuperação é possível

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Quando surgiu, o crack foi considerado a "droga da morte". Os motivos que contribuíram para isso são diversos e vão desde a falta de conhecimento sobre a substância até seu alto índice de dependência. Porém, de acordo com a coordenadora administrativa da Política de Saúde Mental de Santa Maria, Maria Albina Maffini, essa é uma visão equivocada da droga. Ela afirma que não há registros de usuários de crack que tenham morrido por uso abusivo do entorpecente na cidade.

Segundo ela, ainda hoje, a maior dificuldade enfrentada por quem trabalha na rede apoio psicossocial é a falta de informações da sociedade sobre o assunto. Por isso, a busca por orientação especializada é o primeiro passo para ganhar a luta contra a dependência.

De acordo com Maria Albina, para aperfeiçoar a rede de apoio na cidade, o município tem investido em melhores instalações nos Centros de Apoio Psicossocial (Caps). Além disso, os profissionais que atuam no atendimento aos usuários têm participado com frequência de cursos de capacitação, formação e de redução de danos. A luta é constante, mas, apesar de longa e difícil, é possível vencê-la, garante a especialista.

_ É importante ressaltar que os tratamentos são de longa duração e dependem de uma série de variantes, pois existe dificuldade em lidar com as frustrações, como recaídas frequentes e abandono _ argumenta.

A assistente social e coordenadora do Conselho Tutelar Centro, Giovana Rossi, conta que, geralmente, os próprios familiares identificam o problema e buscam apoio. Ela diz que os Conselhos Tutelares são bastante procurados por parentes de adolescentes que já são dependentes há bastante tempo. Porém, a escola também acaba cumprindo esse papel. Apesar de, muitas vezes, os usuários não aceitarem o tratamento, há casos de adolescentes que lutam contra o vício.

_ Acompanhei um adolescente de 16 anos, entre 2010 e 2013. Neste período, ele morou na rua, cometeu atos infracionais e cumpriu medida socioeducativa no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case). Nesses três anos, ele passou por quatro internações e percebeu que só irá conseguir ficar longe das drogas com ajuda. Ele já tem essa consciência, e isso é fundamental _ conta a assistente social.

Ainda segundo Giovana, o adolescente ficou quase 10 meses sem usar a droga. Há cerca de dois meses, teve uma recaída, mas, no dia seguinte, buscou a ajuda no Conselho Tutelar.
_ A informação que temos é que ele está limpo e morando em outra cidade com a mãe _ comemora a assistente social.

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